E quando chega a melhor idade....

Olá queridos (as) leitores, não pensem que vim aqui hoje para falar sobre velhice, passe livre de idoso, terapia para pessoas de meia idade ou de idade inteira nem de qualquer coisa que esteja relacionada com a tal da “melhor idade”, que para mim, não vai passar da terceira idade mesmo.
Gente, hoje eu vim pra falar da melhor idade, mas, da melhor idade de se viver que é aos 30. Exatamente os trinta que é justamente a idade que completo amanhã, dia 13 de março.
Algumas pessoas cheias de superstições devem estar pensando: “Nossa fazer aniversário numa sexta-feira, 13 e ainda por cima completando 30 anos?”. Gente isso não é bicho de sete cabeças, nem coisa de outro mundo, pelo amor de Deus, o lance é olhar pra frente, cabeça erguida, força na peruca e pensamento positivo, que tudo vai dar certo.
Eu, já vivi muito. Não que eu queira morrer agora, não é isso!
Essa coisa que algumas pessoas têm de dizer que eu já vivi muito, eu pelo menos, relaciono isso com as mais diversas experiências de vida que um ser humano pode ter, e sendo assim eu posso falar bastante e com muito conhecimento de causa, já aprontei cada uma de arrepiar os cabelos e que se eu for listar, acho que entro para guiness book como a pessoa que relatou sua vida em bilhões de exemplares.
Mas, como eu estava falando pra vocês, não tenho nada contra a terceira idade, e aliás quero poder chegar lá mas é que pra mim é a terceira meeesssmooo, e não me venham com essa história de que é a melhor que comigo não cola.
Onde é que se viu ser a melhor se velho não se governa, velho não vai ao banco sozinho (salvo alguns casos), velho não pode comer mocotó, buchada de bode, nem sarrabulho (só papinhas e canja de frango) ou então algumas coisas que as pessoas dizem que não são remosas, (remosa mesmo é a língua do povo).
Pois bem, eu amanhã completo meus trintinha, ou seriam trintões? Não sei mesmo, deixo essa classificação para as pessoas que me conhecem bem, elas certamente irão dizer o que já aprontei, quer dizer elas irão dizer apenas algumas coisas, por que outras....”só eu sei as esquinas por que passei, ei, ei, ei, só eu sei” como diria meu amigo Djavan.
Quando criança, peguei choque deitada no chão, escondi o passe de idoso de vovó pra ela achar que tinha perdido no caminho do trabalho pra casa, e ter que voltar o caminho todo procurando pra dar tempo de eu terminar de comer manga verde com sal, pulei o muro da vizinha pra roubar jambo inúmeras vezes, inventei dor de barriga pra não ir pra escola, dei o primeiro beijo com dez anos de idade (foi quando nasceu a lenda da primeira espinha), assisti muppet babys, He-Man, tive piolho afinal, quem não teve?, tomei baré, masquei muito ploc monster, revelava a figurinha na porta do quarto e ganhava uma surra toda vez (foi aí que eu achei que eu era um monstro desconhecido, por que cada monstrinho tinha um nome e o meu por não ser muito comum não existia nas figurinhas), tive um namoradinho que foi minha paixão de verdade durante 2 anos e 8 meses (pena que ele foi embora por ter passado na prova da marinha e tem dois anos que nos reencontramos...o resto eu não posso contar),ah e isso eu tinha 13 pra 14 anos de idade.
Engravidei aos dezessete, tive filho com dezoito e faltando dois meses pra terminar o que naquela época chamavam de segundo grau, (naquela época não, assim fica parecendo que eu sou velha, o que não é verdade, pois, agora que vou completar só trinta, melhor trocarmos época por.....tempo,fica bem melhor), então, naquele tempo ensino médio era conhecido como segundo grau, e eu fiz dois. Fiz o magistério que eu odiei, descobri que não tinha vocação nenhuma pra ser professora (hoje eu pago minha língua) e fiz também administração. Naquele tempo minha cabeça estava confusa e eu realmente não sabia o que queria, aliás, até sabia, o que eu queria mesmo era namorar, beijar na boca e.... melhor não citar o resto aqui (eu já era danada). Bem, eu queria mesmo era essas coisas que todo aborrecente dos quartorze até os dezoito quer que é curtir achando que é o foda sem ser.
Queridos, isso não é nem um grão da terça metade do que eu já vivi, é muita coisa mesmo e se eu for contar, a leitura vai ficar imensa, melhor eu pular o muro do colégio, ou melhor, pular algumas partes. Ah, mas, antes que eu me esqueça, eu também pulei o muro do colégio, tanto que uma vez me rasguei toda e não achando que era o bastante enchi a cara em um bar que ficava em frente à escola e até hoje tento me lembrar como eu fui parar em casa, não lembro de absolutamente nada, mas vamos em frente.
Passados alguns bons anos, eu já começava a sentir medo da melhor idade chegar, digo, de atingir a casa dos trinta, mas tudo bem, afinal de contas para alguns, isso designa velhice já para outros, experiência de vida. Tratei de voltar a estudar, entrei na faculdade e vivi coisas inusitadas e bastante engraçadas. Humm conheci cada figura que vocês nem imaginam, posso até citar algumas como a minha amiga Mônica, uma graça, descrevendo um negro como loirinho de Anajatuba, ela é doida mesmo!
Sempre de bem com a vida, passei com ela quatro anos que para mim serão inesquecíveis, ah, tem também a Cristiana que só andavam juntas parecendo cachorro quando gruda. A Cristiana com sua risada alta que no terceiro piso da faculdade se ouvia, eu dentro da sala querendo matar essa atôa.
Tenho uma marca registrada, o meu bom humor. Todos falam que me ver de cara emburrada é milagre, e acho que é mesmo, até por que pra mim desgraça pouca é bobagem!
E outra, quem me conhece sabe que eu sou despachada, taxativa, falo na lata, mesmo que seja com uma grande pitada de humor,mas, falo mesmo. Uma vez essa minha amiga Mônica me disse: “Cara, Marciene fala a verdade, tu fica em casa treinando, né?”.
Ela falou isso por conta da mania que eu tenho de ter sempre uma resposta à altura pra qualquer coisa. Gente e eu tenho mesmo.
Na verdade, eu acho que dentro de mim tem um lado meio Saraiva, é pergunta idiota...tolerância zero. Não tem jeito se me falar besteira, ouve o que certamente não quer, eu sou assim mesmo e as pessoas que convivem comigo já acham até graça, acho que se acostumaram.
Acho que isso deve ser coisa da idade mesmo. A gente vai crescendo e ouvindo tanta merda que chega a cansar, coisas do tipo “Nossa, você veio...”,dá vontade de responder...”Não, eu estava morto, levantei da cova só pra dar uma voltinha e rever alguns parentes”...afff pelo amor de Deus, não tem paciência que agüente.
Mas, mesmo que com tanta coisa que ouço por aí tô aqui firme e forte e o melhor, com uma imensa vontade de gritar aos quatro ventos que eu cheguei aos trinta feliz, feliz e mais feliz. Minha vontade era de fazer uma big, mega, ultra, super festa, afinal de contas trinta é trinta, trinta é vinte mais dez, trinta é quinze mais quinze...kkkkkk
Bem, o lado bom disso tudo é que só se faz trinta uma vez na vida como diria um conhecido (claro idiota, você tem duas idades ou duas vidas por acaso pra fazer trinta duas vezes?), affff....ainda bem que eu vivi só uma vida, por que agüentar idiotice duas vezes é jogar pedra na cruz.

Meus amores, eu queria fazer um festão e convidar todo mundoooooo que eu conheço e que de alguma forma fizeram parte da minha vida, da minha formação, da minha pessoa, da minha personalidade, de mim mesmo, mas, pra isso eu deveria ter nascido rica em vez de linda....kkkkk
Ah, não posso deixar de agradecer a papai do céu que me permitiu atingir a melhor idade, que é a dos trinta.
Antecipadamente obrigada a todos que lembraram de mim.

Beijokas da Marcy!